Ano: 2023
Duração: 24 minutos
Qualidade: Mp3 320 kbps stereo

Eles estão entre nós, e somos observados há muito tempo.

Dentre mudanças, evoluções, revoluções e algum atraso, finalmente está disponível “A Fauna, a Flora e os E.T.s”, o oitavo álbum do ETs na Terra. As composições trazem toda a essência inicial do projeto, analisando a relação humana com o planeta Terra através de instrumentos divertidos, sons cotidianos, alterações de dinâmica e alguns tons irônicos.

O álbum começa com a música homônima “A Fauna, a Flora e os E.T.s”, onde os integrantes de uma nave espacial detectam sinais de extremo sofrimento vindos de um planeta devastado pela ação exploratória de humanos que, apesar da tecnologia, não sabem viver em harmonia e acabam destruindo tudo por onde passam. Esse planeta tinha um ecossistema fantástico, mas como no momento já havia atingido um ponto de não recuperação, a única solução encontrada pelos E.T.s foi voltar no tempo e “cortar o mal pela raiz”. No início da música, o som do mellotron e o compasso 3/4 foram inspirados no instrumento de sopro da música “Canção para Dormir”, do Júpiter Maçã, e a letra no filme “O dia em que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still)”, de 2008.

“Bem-vindo ao Mundo Irreal” fala mais um pouco sobre a relação humana com a fauna e a flora, nos fazendo pensar sobre práticas/costumes/coisas pouco racionais que fazem parte do nosso cotidiano, como por exemplo, priorizar o lucro individual sobre a ética, o meio ambiente e até mesmo sobre nossos semelhantes.

Quando nossos amigos das estrelas estão de férias, muitas vezes alguns resolvem fazer um “Bate-volta ao Planeta Terra”, apreciar boas ondas e a natureza. Mas, desde que o ser humano tomou conta do planeta tudo ficou diferente. Essa música é inspirada em blues, para acompanhar o clima meio decepcionante experienciado pelos turistas extraterrestres.

“Não Ofenda os Animais” é para nos lembrar de que é feio proferir ofensas, principalmente usando pejorativamente o nome de animais que, na verdade, possuem características tão boas quanto a dos humanos (e dos E.T.s também). É a primeira música do projeto que tem um refrão assumido… e até participações especiais!

“Como os Humanos” são as anotações de um solitário ser interplanetário que observa os seres humanos há algum tempo, com o objetivo de melhor descrevê-los em uma enciclopédia intergaláctica. A ideia dessa faixa foi inspirada em um detalhe do livro “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, de Douglas Adams (por conta da profissão do personagem Ford Prefect e sua relação com verbetes descritos de forma extremamente sucinta), e  na música “Las Personas”, de Frank Jorge (mas com um estilo diferente).

Dentre várias outras dessas observações feitas por outros viajantes em diferentes momentos, em “O Planeta do Papel Colorido” é analisada uma certa particularidade na mudança do comportamento humano durante sua evolução. Após criar e popularizar o uso de papéis coloridos, as pessoas tiveram suas percepções alteradas, a ponto de passar a considerar a posse desses papéis mais importante do que a vida dos outros terráqueos. O que seria isso?

Como “A Louça” foi um dos motivos do atraso desse álbum, aqui está… Essa faixa traz ao álbum uma letra divertida e é inspirada em trilhas sonoras de rock que tornam o serviço de lavar louças um pouco menos chato. Tem órgão, baixo dançante, disparos de arma laser, kazoo, latinhas, naves espaciais e muita louça suja!

“Papéis, Papéis, Papéis” mostra o lado burocrático da vida na Terra, onde para tudo é preciso uma assinatura, um visto, um teste, um bilhete, carimbo, autorização, papéis, papéis, papéis! Foi inspirada em punk-rock pois não existe um estilo que melhor combine com o sentimento dessa música. E também porque eu gosto de punk-rock.

Sobre as participações especiais, foram tanto para produzir a capa quanto em duas músicas. Agradeço ao Lucas Machado pelas fotografias impecáveis, e a Alessandra Messa pela lindíssima ilustração. Também agradeço ao Camilo Bassols, Edmar Souza, Lucas Machado (de novo), Jaqueline Botelho, Rafael Conny e ao Ricardo Heineberg pela confiança em emprestarem suas vozes para as faixas 4 e 8.

Enfim, todas as músicas foram feitas em casa entre 2020 e 2023, com pouco recurso mas com muito carinho. Espero que gostem de ouvir, se divirtam e que as idéias que eu registrei em cada uma delas renda ao menos alguma reflexão.